quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sem retorno

Tenho aprendido com a vida... a deliciar-me nos momentos de épicas aventuras, a sorrir pelos segundos e minutos de extraordinária alegria... junto da família... junto dos amigos... ou até dos perfeitos estranhos com os quais nos cruzamos no meio de situações caricatas e deveras insólitas.

Grandes peripécias foram vividas ao longo destes anos que tenho vivido, e devo dizer que não me arrependo de nada. Posso dizer que gostava de um dia ter a possibilidade de escolher alguns momentos e voltar a vive-los... apenas pelo gozo que me iria dar... por um lado confrontar-me com quem era e com quem sou... e por outro porque escolheria momentos determinantes da minha vida... bons ou maus!

Mas na verdade, não é possível. Tristemente, não é possível! Bem... não é possível voltar a vive-los... mas é sempre possível voltar a recordá-los. Isto se a nossa memória não nos escapar... mas vou fazer de conta que não é esse o caso convosco. =)

Mas pensem bem... cada segundo que passa não volta a passar novamente... passou... passou... Até mesmo enquanto escrevo confronto-me com o meu passado... pois tudo que escrevi até agora... já pertence ao passado! Agora pergunto... quando olhas para o que fizeste há 5 minutos, há 10 minutos... achas que foi o melhor que poderias fazer com esses 5 ou 10 minutos?

Na verdade e facto do não retorno... é tão importante poder responder SIM a essa pergunta... SIM fiz o melhor que poderia fazer... SIM fui o melhor que poderia ser... mas... é impossível. Somos apenas humanos... e essa tarefa é de modo algum fácil. Humanos sem retorno a um passado vivido... sem controlo total sobre o presente e sem noção qualquer sobre o futuro. Por mais que façamos planos... vivemos em total ausência de certezas no que toca ao que vem por ai.

Gostavamos de saber mais do que aquilo que nos contam... mas ainda nem sequer somos mestres em dominar e gerir aquilo que sabemos. Há tanta coisa que nos passa ao lado... e é sempre tudo sem retorno. Podemos eventualmente voltar a ver, ouvir, sentir algo... que antes ignoramos ou rejeitamos... mas será sempre num molde, num contexto, ou situação totalmente diferente.

Talvez haja coisas que devem permanecer no não retorno... mas ressurgir, talvez, mais tarde como uma oportunidade.

É importante saber olhar... mesmo que não consigamos tocar no passado... e aprender... para que no futuro não haja tanta coisa a escapar a nossa pequena mente de humano cheio de imperfeições.

Mesmo assim, sem retorno... orgulho-me do que fiz... de quem fui... pois ajudou a definir quem sou... mesmo aqueles pontos que não entendi... e que posso talvez nunca chegar a entender... sou eu... com ou sem retorno... sou eu!

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